Chegou a hora de entrar em Petrobras (PETR4)?

Quem me conhece sabe que eu não invisto em estatais. Por este motivo, eu acho que não vale a pena investir em ações da Petrobras. Neste vídeo, vou te explicar porque eu não sou investidor de PETR4, a partir de uma análise dos fundamentos da empresa e, claro, da minha opinião pessoal. Com isso, espero te ajudar a decidir se a Petrobras é uma boa empresa para investir.

Fundamentos da Petrobras

Primeiramente, vamos focar numa análise fundamentalista da Petrobras. A empresa tem bons indicadores, com relação preço/lucro (P/L) em apenas 2,36 e preço/valor patrimonial de 0,93 – o que quer dizer que, hoje, o preço da Petrobras está abaixo do valor de todo o seu patrimônio.

Além disso, a empresa valorizou quase 40% nos últimos 12 meses e pagou um Dividend Yield de incríveis 50%. Ou seja, quem investiu R$ 1.000 em PETR4 há 1 ano já recebeu R$ 500 em dividendos. Obviamente, é impossível a Petrobras pagar todo esse dividendo, constantemente, no longo prazo.

Outros indicadores da estatal também são favoráveis: crescimento de receita (CAGR) de 15% e crescimento de lucros de 236%, nos últimos 5 anos, e relação dívida líquida/patrimônio líquido de, apenas, 0,44.

Os fundamentos da Petrobras são consistentes?

Apesar dos bons números da Petrobras, uma rápida olhada no histórico da estatal já é suficiente para o investidor acender um sinal de alerta. A empresa não tem lucros consistentes – por isso, não paga dividendos regularmente – e apresenta muita volatilidade na evolução patrimonial e no controle da dívida líquida.

Em resumo, a companhia ganha muito quando lucra e perde muito quando tem prejuízo. Logo, usando critérios objetivos, podemos dizer que a Petrobras é uma empresa inconsistente. E isto se deve a 2 principais fatores:

  1. A Petrobras é uma empresa fortemente dependente do ciclo das commodities. Isso faz com que o preço do petróleo seja muito influenciado por agentes externos, como as decisões da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados). Ou seja, no ciclo de alta do petróleo Brent, referência de preços da Petrobras, a empresa lucra muito; no ciclo de baixa, dá pouco lucro ou prejuízo.
  2. Na qualidade de estatal, a companhia fica muito exposta à ingerência política do governo de plantão. E, quando este governo é irresponsável, populista ou simplesmente descomprometido com a saúde da empresa, ela acaba sangrando. Vimos isso, de forma muito clara, poucos anos atrás.

Diante disso, minha conclusão é simples: eu não me sinto confortável em investir numa empresa que não tenha, no próprio mercado, seu principal fator de governança e crescimento. Para investir em estatais, como a Petrobras, é preciso ter um alto nível de confiança nos governantes atuais – e nos que virão. E, neste ponto, eu me orgulho de ser um cara cético!

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