Grupo Mateus GMAT3 3T22: forte crescimento de vendas e manutenção

O resultado do 3T22 do Grupo Mateus foi positivo, em nossa visão. A forte expansão ora em curso combinada com crescimento das vendas mesmas lojas permitiram um expressivo aumento das vendas totais (+36,3% a/a), acompanhado pelo crescimento de lucro líquido na mesma intensidade, o que consideramos positivo diante da maior pressão que a elevação da taxa de juros trouxe para o resultado das companhias do setor varejista.

Desempenho das Ações. Os papéis GMAT3 acumulam alta de 1,6% nos últimos 30 dias, reflexo das boas perspectivas com o resultado do 3T22, as quais se concretizaram, mesmo em um cenário de maior aversão ao risco pelos investidores. Por ora, mantemos nossa recomendação Neutra e o preço-alvo para o final de 2023 em R$ 6,60, até incorporarmos os bons resultados do 3T22.

Desempenho econômico-financeiro

A receita líquida do Grupo Mateus atingiu R$ 5,9 bilhões, crescimento de 36,2% na comparação anual e em linha com as nossas estimativas (-1,0% r/e). O aumento das vendas foi impulsionado tanto pelo crescimento das vendas mesmas lojas de 11,7%, quanto pela abertura líquida de 37 lojas nos últimos 12 meses. Destaque positivo para vendas mesmas lojas de 12,2% no segmento varejo e do crescimento das vendas no atacado em 33,0% a/a.

Já o lucro bruto veio em R$ 1,3 bilhão, alta de 26,6% a/a e -1,9% r/e, com margem bruta atingindo 22,2%, 1,9 p.p. inferior na comparação anual, mas em linha com as nossas estimativas, em razão de se tratar de um trimestre mais promocional – com ações no mês de agosto por ocasião do aniversário da companhia – e em função da maior participação das vendas em atacarejo e no atacado, que contam com margens brutas inferiores.

Acompanhando a queda de margem bruta, a margem EBITDA Ajustada (ex-IFRS 16) veio 1,4 p.p. inferior a/a e 0,5 p.p. abaixo das nossas estimativas, com parte da pressão em margem bruta sendo compensada por maior diluição das despesas com vendas, gerais e administrativas como percentual da receita líquida em +0,5 p.p. a/a.

Apesar da queda da margem operacional e do aumento das despesas financeiras diante da elevação da taxa de juros no período, o lucro líquido repetiu o crescimento visto na receita líquida (+36% a/a), somando R$ 291 milhões no trimestre, com manutenção da margem líquida na comparação anual em 4,9% e em linha com as nossas estimativas.

Acerca do endividamento da companhia, pontuamos que houve um aumento de R$ 1,3 bilhão em endividamento bruto nos últimos 12 meses e redução de R$ 264 milhões em disponibilidades, o que levou a companhia a acumular uma dívida líquida de R$ 1,1 bilhão ao final do 3T22, equivalente a 0,8x o EBITDA dos últimos 12 meses.

Já os investimentos do trimestre totalizaram R$ 173 milhões, o que correspondeu a 2,9% da receita líquida, distribuídos entre novas lojas e terrenos (~81%), infraestrutura, TI e Outros (~11%) e reforma, manutenção e outros (~7%).

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